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6.3. CADA LUGAR COM A SUA ÁRVORE

Nesta seção veremos o posicionamento específico das árvores em função das condições ambientais, apresentando sugestões baseadas na literatura técnica consultada. São apresentados distanciamentos das árvores entre diversos equipamentos urbanos, assim como situações que primam pelo melhor convívio possível com elas. No entanto, é muito importante fazer uso do bom senso e sempre adotar o critério técnico para a tomada de decisão sobre situação específicas, que não cabem nas generalizações feitas. Não obstante, há que se fazer uso frequente das orientações presentes no Plano Municipal de Arborização Urbana, quando houver.


IMPORTANTE

Em arborização urbana, assim como no cotidiano de nossas vidas o bom senso é fundamental, mas nossa memória também pode falhar. Antes de executar qualquer manejo (e.g., plantio, poda, corte), consulte o checklist da arborização urbana neste manual para ter certeza de que você não está esquecendo de variáveis importantes para sua decisão.


Como vimos noutra seção deste manual, as árvores são seres vivos que crescerão em altura e em largura do caule e da copa. Uma árvore de grande porte jovem, ainda pequena, impõe dificuldades distintas daquelas que imporiam se estivesse grande e velha. Há situações em que uma árvore jovem dificulta a visibilidade de placas publicitárias até que cresça o suficiente para não mais obstruir a visão. Da mesma forma, árvores jovens tendem a prejudicar a iluminação pública, mas depois que a copa ultrapassar a altura da fonte de luz, o problema estará resolvido. Esse raciocínio é fundamental tanto para o momento de se planejar a arborização urbana como para executar o manejo.


6.3.1. Arborização do sistema viário urbano

Para fins de planejamento, execução e gerenciamento da arborização urbana consideraremos o sistema viário à parte das demais áreas arborizadas e arborizáveis (e.g., parques, praças, pátios). Por óbvias razões, é no sistema viário que a dinâmica e a densidade das interações com os elementos urbanos são mais variadas e intensas.


6.3.1.1. Em passeios públicos (calçadas)

Na ocasião da realização do inventário florestal urbano, é importante considerar a inclusão de dados das condições ambientais em que se encontram cada árvore, principalmente a largura do passeio público e seu alinhamento. De modo geral, as árvores nos passeios públicos devem ser alinhadas, isto é, respeitarem a mesma distância do meio-fio para uma melhor harmonia visual.


Calçadas com menos de 1,50m de largura:

Logicamente o porte da árvore adulta, ou o porte no qual pretendemos mantê-la através de podas periódicas (manejo) deve ser compatível com a largura da calçada e do recuo estabelecido para cada rua da cidade. O mínimo necessário para o trânsito de pedestres é 1,20 m. Portanto, em quaisquer calçadas cuja largura for igual ou inferior a 1,50m NÃO deverão ser plantadas quaisquer árvores, pois seria necessário espaço para o crescimento do caule e raízes das mesmas. A opção de plantar árvores nestas calçadas estreitas deve ser tomada com a consciência de que o crescimento destas árvores atrapalhará a circulação de pedestres que eventualmente precisarão circular pela rua.


IMPORTANTE

EVITE PLANTAR ÁRVORES EM CALÇADAS COM LARGURA INFERIOR A 1,50 m.


Nestas situações deve ser incentivado o plantio de árvores no pátio privado frontal das residências, isto é, na área de recuo das edificações. Outra alternativa é a criação de nichos específicos para as árvores na faixa da rua que normalmente é destinada aos estacionamentos.


Importância do recúo frontal

Em calçadas muito estreitas deve-se ter o cuidado para assegurar o recúo frontal mínimo estabelecido no Código de Obras municipal para que estas vias não acabem se tornando desprovidas de vegetação.

Calçadas com mais de 1,50m a 2,60m de largura:

Prioritariamente consideraremos então o plantio de árvores em calçadas que possuem no mínimo 1,50m de largura, dado que é necessário ter espaço para o crescimento transversal da mesma, isto é, o espessamento do caule assim como o crescimento das raízes. Em calçadas de 1,50m a 2,60m de largura daremos prioridade para árvores de pequeno porte, isto é, árvores de até 6m de altura e até 8m de projeção da copa. Daremos prioridade ainda para árvores cujas raízes são mais profundas e menos expostas na superfície. Para cada árvore deverá obrigatoriamente existir no mínimo meio metro quadrado (0,50m²) de área NÃO pavimentada para o crescimento da árvore e a absorção da água. Isso equivale a mais ou menos um quadrado com 0,70m de lado ou um círculo com 0,70m de diâmetro.


IMPORTANTE

EM CALÇADAS COM 1,50m a 2,60m de LARGURA PLANTE APENAS ÁRVORES DE PEQUENO PORTE.


Calçada com árvore de pequeno porte

Em calçadas estreitas, porém passíveis de arborização, dá-se preferência por árvores de pequeno porte.

Calçadas com mais de 2,60m até 3.60m de largura:

Nestas calçadas, dependendo das condições locais de recuo ou de existência de equipamentos urbanos, poderemos colocar árvores de pequeno, médio e grande portes. Árvores de médio porte são árvores com até 12m de altura e 16m de projeção da copa. Árvores de grande porte são árvores com mais de 16m de altura e projeção da copa de mais de 16m. Nestas calçadas para cada árvore de médio e grande portes devemos ter respectivamente no mínimo 1m² e um 1,5m² de solo disponível sem pavimentação para o crescimento do caule, das raízes e absorção de água.


IMPORTANTE

CONSIDERE TODAS AS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO LOCAL, NÃO APENAS A LARGURA DA CALÇADA, ANTES DE PLANTAR UMA ÁRVORE.


Calçada com árvore de médio porte

Nas calçadas de largura média optaremos por árvores de pequeno e médio porte.

Calçadas com mais de 3,60m de largura:

Nestas calçadas daremos prioridade para árvores de médio e grande porte, seguindo as mesmas orientações acima quanto ao nicho de solo para cada árvore, respectivamente 1m² e 1,5m².


IMPORTANTE

CONSIDERE O TEMPO DE CRESCIMENTO DE ÁRVORES DE GRANDE PORTE.


Calçada com árvore de grande porte

Nas calçadas com mais de 3.6m de largura poderemos então considerar árvores de grande porte, já que nestas calçadas podemos contar com o espaço que este tamanho de árvore costuma exigir no colo do caule.

Distanciamento das árvores entre si:

Em quaisquer vias ou passeios públicos, de modo geral, o distanciamento do eixo do caule das árvores entre si deverá ser igual ou maior do que a soma do raio de projeção da copa das espécies adjacentes na sua idade adulta. Ou seja, deve-se dar espaço suficiente para o diâmetro médio da copa de cada espécie crescer. Esse distanciamento é bem relativo ao biotipo da espécie e pode ser menor se desejarmos que as copas se aproximem e se ajustem por si. Outra alternativa mais onerosa é manter o diâmetro da copa funcional na base do manejo periódico (podas frequentes).


Praça San Martin, Buenos Aires, Argentina

Copa das árvores na Praça San Martin em Buenos Aires mostrando o comportamento do espaçamento natural entre as copas que algumas espécies apresentam. Fotografia de Dag Peak, 2003.

Distanciamento do meio-fio:

De modo geral, as mudas arbóreas devem ser plantadas no centro geométrico do nicho de solo disponibilizado para elas. Assim, o distanciamento do meio-fio dependerá do nicho disponível. No mínimo, para árvores de pequeno porte, a distância deve ser de 0,35m, preferencialmente maior. Para árvores de médio porte deve ser de no mínimo 0,5m e para árvores de grande porte deve ser de no mínimo 0,75m.


Alinhamento do meio-fio

Quando possível, o alinhamento das árvores deve ser diferenciado do alinhamento dos postes de distribuição de rede elétrica e de telecomunicação.

IMPORTANTE

PARA ÁRVORES DE MÉDIO E GRANDE PORTE O DISTANCIAMENTO DO MEIO FIO NÃO PODE SER SUBESTIMADO.


Há inúmeros casos de árvores de grande porte que foram plantadas muito próximas do meio fio implicando num desenvolvimento anômalo do sistema de raízes estruturais. Depois de anos crescendo, estas árvores terão copas imensas com arrasto proporcional incorrendo em risco de queda da árvore toda.


Distanciamento exagerado do meio-fio

Há diversos exemplos pela cidade onde as árvores foram plantadas praticamente no meio da calçada. Mesmo para árvores de pequeno porte, em calçadas não muito largas como esta da imagem, pode impossibilitar a mobilidade de cadeirantes, por exemplo.

Distanciamento das esquinas:

Quaisquer que sejam os portes das árvores nas vias públicas, não deverá existir quaisquer vegetação arbustiva ou arbórea (isto é, com mais de meio metro de altura) numa distância inferior a 5,0 metros das esquinas. Por razões óbvias: a visibilidade no trânsito é fundamental para se evitar acidentes.


Distanciamento da esquina

Existem muitos cruzamentos de vias cujas árvores, arvoretas e arbustos nas calçadas não respeitam o distanciamento mínimo. Os motoristas que transitam pelos bairros sentem a dificuldade de cruzar estas vias devido aos riscos envolvidos, especialmente com motocicletas. Fonte: Manual de Arborização Urbana de Fortaleza

Arvoreta na esquina

Particularmente arvoretas e arbustos baixos como esta pequena pitangueira muito próxima da esquina podem atrapalhar significativamente a visibilidade de dentro de um veículo, como foi tirada esta foto.

Distanciamento dos acessos de veículos:

Para minimizar os riscos de acidente e viabilizar a manobra dos veículos de passeio, a distância mínima do caule das árvores de cada lado dos acessos aos veículos deve ser de 1,0m. Para locais onde há manobras de caminhões, obviamente esta distância mínima deverá ser maior e estar consistente com as necessidades de manobras de caminhões.


Distanciamento das redes subterrâneas:

As árvores de pequeno porque devem estar distantes pelo menos 1,0m das redes subterrâneas de distribuição de cabos. Já as árvores de médio e grande porte o recomendável é no mínimo 2,0 metros.


Distanciamento das redes subterrâneas

Num mundo ideal, as árvores não prejudicariam as redes de distribuição de água tratada, de esgotamento cloacal, nem de distribuição de cabos de energia e telecomunicação. Nos licenciamento de parcelamentos de solo novos é imprescindível que se conheçam os projetos de arborização urbana propostos e como estes consideram estas redes.

Distanciamento das caixas de inspeção, bocas-de-lobo e hidrantes:

A fim de viabilizar a manutenção, colocar sinalização móvel visível, estacionar veículos de serviços e trabalhar na área o ideal é que as caixas de inspeção, bocas-de-lobo e hidrantes não tenham árvores há menos de 2,0m de distância de qualquer lado.


Distanciamento de boeiros e hidrantes

Hidrantes obviamente estarão conectados à rede de distribuição de água e boeiros estarão conectados à redes de drenagem pluvial. O distanciamento das árvores destes equipamentos urbanos visa a proteção de ambos.

Distanciamento de postes e placas:

A fim de assegurar visibilidade e acesso à manutenção, postes de distribuição de cabos e de iluminação, postes de sinalização turística e de trânsito e postes de transformadores não devem ter árvores há menos de 2,0 metros de distância para as arvoretas. Se as árvores forem de médio e grande porte, essa distância deve ser duplicada. Naturalmente, dependendo das espécies e da condição herdada na cidade, dado o tempo de vida das árvores, há que se considerar o manejo corretivo, isto é, as podas periódicas que visam a manutenção destes equipamentos.


Distanciamento de postes

De preferência, a proximidade com postes não deveria ser inferior a 4 metros, para assegurar que a copa não atrapalhe a manutenção da rede.

Distanciamento de postes ilustração

Essa distância dos postes também favorece melhor gestão da iluminação, simplificando a distribuição das árvores e das fontes de iluminação.

Distanciamento dos semáforos:

Por razões óbvias, é inadmissível que a vegetação cubra a visibilidade de semáforos. Por isso, ao planejar a arborização urbana, é importante considerar a localização presente e futura de semáforos na cidade. De modo geral, não deveriam existir quaisquer árvores há menos de 5,0 metros de quaisquer semáforos, como hoje se apresentam nas poucas sinaleiras de Ivoti. Naturalmente que o manejo periódico pode também acomodar exceções cujo benefício do exemplar arbóreo justifique o custo.


Distanciamento de semáforos

Em grandes cidades como Porto Alegre, não é incomum encontrarmos sinaleiras cuja visibilidade está prejudicada pelo crescimento da copa de uma ou mais árvores. Em Ivoti, essa situação ainda não ocorre.

Distanciamento de sinaleira

O distanciamento mínimo de uma árvore da sinaleira deve ser de 5 metros, mas cada caso deve ser analisado em sua realidade local. Esta regra depende muito mais da posição da copa do que do caule da árvore.

Distanciamento de containers coletores:

Se o município possui uma gestão de resíduos sólidos que contempla a distribuição de containers coletores, a localização destes implica a necessidade de manobra de caminhões e o carregamento destes containers. Por isso, recomenda-se planejar a localização destes para que não haja árvores há menos de 4,0 metros de cada lado. Porém, mais uma vez esse distanciamento depende muito dos veículos e coletores utilizados na gestão de resíduos sólidos.


Distanciamento de pontos de ônibus:

De modo geral, as árvores de pequeno porte podem ficar até 4,0 metros dos pontos de ônibus. Já aquelas de médio e grande porte esta distância deve ser duplicada dependendo do hábito da copa da espécie. Colocar a árvore errada perto de pontos de ônibus, ou colocar pontos de ônibus perto da árvore errada são ambas situações que oneram o manejo e impõem riscos à árvore e ao transporte público.


Distanciamento da parada de ônibus

As paradas de ônibus são certamente mais agradáveis, quando sombreadas pelas copas de árvores de grande porte. O problema é gerenciar a ocupação do local com o trânsito de veículos de grande porte pelo tempo que leva uma árvore para chegar ao porte ideal. Por isso, recomenda-se na maioria dos casos, dar a distância adequada para evitar problemas. Aqui vemos palmeiras bem próximas que não impõem dificuldades significativas

Distanciamento da parada de ônibus ilustração

Distanciamento ideal das árvores à parada de ônibus.

Distanciamento da fiação:

As árvores que ficarem abaixo da fiação de baixa tensão e de telecomunicações (isto é, árvores de pequeno porte) deverão ter sua copa mantida com distância mínima de 1,0 metro abaixo dos fios. As árvores de médio e grande porte que ultrapassam a altura dos fios, sejam de baixa tensão ou de alta tensão, deverão ter sua copa elevada há no mínimo 2,0 metros de distância acima dos fios.


Para o caso de haver fiação compatível com contato, isto é, isoladas, recomenda-se a poda de afastamento que contorne os fios há uma distância mínima de 1,0 metro.


Distanciamento da fiação

Em (a) Vemos um Ipê que já sofreu rebaixamento de copa e o rebrotamento alcançou igualmente a fiação. Agora existem ainda mais ramos oriundos de tal manejo. Talvez o ideal fosse escolher um ramo dominante, removendo os outros para estimular o crescimento em altura e o fortalecimento do ramo dominante, evitando assim que o mesmo balance com o vento. Em (b) Vemos a famosa poda em "V". Este recurso é utilizado em último caso para melhorar a compatibilidade da copa com a fiação. Em (c) Vemos o manejo com árvores de pequeno porte que simplifica a interação com a fiação.

Distanciamento da fiação alta tensão

Basicamente existem três formas de compatibilizar as árvores com a distribuição de cabos de energia e telecomunicação. (1) Aqui vemos a copa alta, de árvore de grande porte, passando por cima da rede.

Distanciamento da fiação baixa tensão

(2) Aqui vemos as copas das árvore abaixo da fiação, mantidas nessa altura em função de podas frequentes.

Poda em V

(3) Aqui vemos a fiação atravessando a copa. Nesse caso a poda precisa ser muito bem elaborada E a fiação deve sempre ser isolada. Estes casos geralmente resultam em estética questionável, desbalanceamento da copa e riscos à árvore. Por isso deve ser evitado, sendo útil apenas em casos onde não há outra alternativa. Fonte: Poda em V.

O que plantar nos canteiros (nichos) das árvores:

Existem diversas alternativas sobre como devem ser cuidados os canteiros urbanos que ficam no entorno dos caules das árvores. É preciso considerar os hábitos da população e buscar um design que incorpore um comportamento de cuidado. Os canteiros ou nichos devem estar no mesmo nível da calçada. Dependendo dos locais, pode-se acomodar a cobertura vegetal com a colocação de bancos para descanso dos pedestre na sombra das árvores. Deve-se evitar o mini-cercadinho ou quaisquer estruturas que possibilitem o tropeço.


A melhor alternativa para evitar o pisoteio dos canteiros é o bom e velho manejo e embelezamento com flores. No entanto, esta alternativa tende a ser mais cara para a administração pública.


No contorno dos nichos o ideal é colocar sinalização táctil para acessibilidade. Abaixo colocamos alguns exemplos do que existe em Ivoti e outro locais.


Nicho feito com pneu

A utilização de nichos com pneu não é necessariamente uma má ideia, porém é de estética questionável e realmente útil apenas para árvores de pequeno porte.

Nicho feito com pedras

O canteiro, ou nicho feito com pedras da forma como é mostrado na fotografia acima pode ficar bem atrativo, e inclusive útil para o descanso, quando feito com pedras regulares. No entanto esse tipo de nicho não pode ser construído depois do plantio, pois pode prejudicar significativamente o colo co caule, e inclusive levar a árvore à óbito. Quando construído antes do plantio deve ser feito apenas para árvores de pequeno porte pois o enraizamento ocorrerá acima do nível da calçada.

Quando ocorrer o afloramento das raízes até o limite do nicho reservado para o crescimento do caule e destas raízes, nas calçadas passíveis de acomodar a ampliação deste nicho, esta ampliação deve ser providenciada o mais breve possível. Nas calçadas em que é impossível esta ampliação deve-se avaliar criteriosamente a possibilidade de manejo das raízes, ou a construção de estruturas por cima destas, tais como bancos ou coberturas que impeçam as pessoas que pisarem por sobre as raízes ou mesmo tropeçarem.


Nicho com banco circular no entorno da árvore

Aqui vemos um banco circular perfeitamente construído no entorno do caule da árvore. O mesmo princípio pode ser aplicado àquelas árvores cujas raízes já avançam o nicho disponível. Fonte: Pinterest

6.3.1.2. Em canteiros centrais (avenidas)

Os canteiros centrais das avenidas objetivam separar fisicamente as pistas dando maior segurança no trânsito, contribuindo para a beleza e o bem estar da população. Os canteiros com largura inferior a 1,0 metro não servem para circulação de pedestres nem tampouco para o plantio de árvores pois o crescimento destas prejudicaria substancialmente o trânsito. O mínimo recomendável para que um canteiro central possa acomodar espécies arbóreas de pequeno porte é de 1,20 metros. Canteiros com esta largura podem acomodar árvores de pequeno porte, desde que sejam periodicamente manejadas de forma a conduzir seu crescimento com o mínimo possível de conflitos com o trânsito de veículos.


IMPORTANTE

EM CANTEIROS CENTRAIS COM MENOS DE 1,20m DE LARGURA PROCURE NÃO PLANTAR ÁRVORES.


Canteiro da Avenida Bom Jardim

Exatamente como feito na Avenida Bom Jardim, os canteiros centrais com menos de 1,20m de largura não devem conter árvores pois tanto a rua quanto o meio-fio acabam ficando muito próximos das raízes. Isso dificulta o crescimento das árvore e prejudica o trânsito.

Canteiros centrais com largura inferior a 3,80 metros, se planejados para circulação de pedestres, não devem acomodar o plantio de árvores. Recomenda-se no mínimo uma largura superior a 3,80 metros para que um canteiro central possa acomodar árvores de pequeno porte junto com a circulação de pedestres.


Em canteiros centrais com mais de 4,0 metros de largura podem-se acomodar árvores de pequeno, médio e grande porte e, dependendo da configuração do passeio público, poderão ainda acomodar a circulação de pedestres.S


Canteiro central com boa largura

Um canteiro central de boa largura permite o plantio de árvores e a circulação de pedestres.

6.3.1.3. Nas vias públicas exclusivas para pedestres

Nas ruas fechadas para circulação de veículos, os conhecidos calçadões, os limites são os mesmos que as praças e áreas verdes possuem, ou seja, quase nenhum. À exceção das redes subterrâneas (i.e., drenagem, tratamento de água, distribuição de cabos) e aéreas (i.e., fiação), os calçadões podem ter tantas arvores quanto for do interesse da população, inclusive de grande porte. Obviamente se há interesse de não sombrear tudo, há que se considerar a densidade arbórea no local.


6.3.1.4. Nos estacionamentos públicos e privados

Os estacionamentos de instituições públicas e os estacionamentos privados, também podem ser dotados de quantas árvores se desejar, e de quaisquer dos três portes especificados aqui. No entanto, deve-se dar preferência para árvores de copas espalhadas, já que a vasta maioria da área destes estacionamentos é ocupada por carros de passeio e não por caminhões.


6.3.2. Arborização das áreas verdes públicas

As áreas verdes públicas, como o próprio nome já diz, normalmente já são naturalmente arborizadas. Estas áreas são destinadas principalmente ao lazer e ao descanso, assim como as praças, e por isso podem acomodar muitas árvores de quaisquer dos portes elencados.


6.3.2.1. Margens de rios e arroios

No bioma da Mata-Atlântica, onde o município de Ivoti está localizado, a arborização de cursos d'água naturais no meio rural é obrigatória pela legislação. Trata-se de conservação e restauração de áreas de preservação permanente. Já o regramento de áreas de preservação permanente municipais em áreas urbanas consolidadas deve obedecer as normas estabelecidas pelos municípios. Quaisquer que sejam as regras, as margens de rios, riachos e arroios devem ser arborizadas ao máximo em virtude da manutenção de suas diversas funções ecológicas (e.g., corredores para a vida silvestre, manutenção da qualidade das águas, evitar processos erosivos).


Margens de um córrego em Ivoti

As áreas de preservação permanente de Ivoti são essenciais à arborização urbana e muito mais, pois promovem a qualidade dos recursos hídricos e a manutenção da biodiversidade.

6.3.2.2. Nas praças públicas

Diferente das áreas de preservação permanente, as praças públicas são locais de ampla e frequente visitação. Podemos dizer que as praças e parques são florestas planejadas, pavimentadas e plantadas para acomodar os interesses dos seres humanos urbanos. Praticamente todos as pessoas que vivem em centros urbanos sentarão embaixo de alguma árvore em algum momento de suas vidas para tomar um chimarrão, conversar com alguém, ou apenas descansar e observar o movimento. As praças públicas são pontos de encontro. Se as árvores tivessem ouvidos, teriam milhões de histórias para contar.


A beleza das praças públicas, embora muitas vezes não percebemos assim, advém principalmente da presença de árvores de grande porte. Por isso mesmo o cuidado desdas é fundamental. A longevidade da qualidade das praças públicas está diretamente relacionado à longevidade de suas árvores. Por isso também é preciso pensar com grande antecedência a substituição destas árvores, isto é, o plantio de mudas que virão a substituir aquelas que um dia perecerão.


Praça Neldo Holler em Ivoti

A praça Neldo Holler em Ivoti, embora pequena, apresenta uma variação significativa de espécies, formas e espaços para o descanso e o lazer. As suas escadas em particular, são espaços de convívio social por possibilitarem uma visão ampla do espaço. Os nichos em que se encontram as árvores e os jardins propiciam ainda espaço com privacidade para uma boa conversa.

Interior da Praça Emancipação em Ivoti

Talvez a praça mais visitada de Ivoti, a Praça Emancipação possui árvores de grande porte e espaços de convívio muito agradáveis.

Praça Emancipação vista do outro lado da rua

Praça Emancipação vista do outro lado da Avenida Presidente Lucena. Repare o porte das árvores.

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